Mochilas existenciais e insurgências curriculares: etnocurrículos instituindo interações em cenários das pedagogias culturais do tempo presente
Resumo
A ação movente desta pesquisa é a conceituação de mochilas existenciais e insurgências curriculares como um etnocurrículo instituinte nas tramas existenciais, em formação na heterogênese e com mediações de diferentes campos da existência nos seus espaço/tempo de pertencimento. Num esforço de compreensão do contemporâneo definido como existência líquida, tensionei as interpelações das pedagogias culturais do tempo presente, que operam um tipo de formação para o consumismo de significados culturais e epistemologias que incluem e excluem, tentando modelar aquilo que temos sido nas contingências. Como rotas de fuga e desgoverno das totalizações da sociedade de controle, o currículo aqui forjado é articulado na produção teórica pós-crítica com a potência dos etnométodos dos atores curriculantes que interagiram neste processo de pesquisa com suas narrativas, instituindo epistemologia multicentrada em saberes experienciais e conhecimento.
Fiz opção pela abordagem qualitativa e servi-me da etnopesquisa crítica, multirreferencial e implicada, produzindo, portanto, uma ciência implicada no social e nas novas racionalidades em multiplicidade de saberes. A pesquisa responde a como educadores refletem sobre mochilas existenciais e insurgências curriculares para interações com as pedagogias culturais do tempo presente como vibrações instituintes de etnocurrículo, por atribuírem políticas de sentido aos seus etnométodos como práticas de não-aderência e escape do consumismo de significados hegemônicos da existência líquida. Este estudo intencionou compreender/explicitar como tais educadores, implicados no segmento do Ensino Médio e da Educação de Jovens e Adultos, plasmam/forjam essa forma de currículo-vivo, (des)arrumando a escola nas contingências do espaço/tempo. Problematizou subjetivações produtoras de sujeitos e efeitos de verdades forjadas nos engendramentos dessas pedagogias culturais, criando possibilidades da escola tornar-se campo de profusão de etnocurrículo. Por fim, esta pesquisa configurou as mochilas existenciais e insurgências curriculares como empoderamento de práticas significativas que provocam rizoma formativo compósito, ampliando a noção de currículo/formação.
Palavras-chave: mochilas existenciais e insurgências curriculares, etnocurrículo, saberes experienciais, etnopesquisa implicada, existência líquida, pedagogias
culturais do tempo presente.
Autor:
Jose Texeira Neto
Arquivo:
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Ano:
2014